
A morte da jovem Alice Modesto Rodrigues, de apenas 19 anos, gerou uma onda de indignação e comoção nas redes sociais. Ela morreu na tarde da última sexta-feira (6), após procurar atendimento duas vezes no Hospital Municipal da Vila Industrial, em São José dos Campos, com sintomas respiratórios graves que, segundo a família, foram inicialmente tratados como um simples resfriado.
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De acordo com a mãe da jovem, Tereza Cristina Modesto Vieira, os primeiros sintomas — como febre, tosse e dores no corpo — surgiram entre domingo (1º) e segunda-feira (2). Na segunda, Alice procurou o hospital, foi medicada e liberada. Mesmo debilitada, iniciou um novo emprego na terça-feira (3).
Na quinta-feira (5), com dores no peito e dificuldade para respirar, voltou à unidade de saúde. Após nova consulta, recebeu uma bombinha respiratória e medicamentos — alguns dos quais, segundo a mãe, ela era alérgica. Mais uma vez, foi liberada. Poucos minutos depois, desmaiou na recepção do hospital.
Reconduzida à triagem, exames apontaram pressão e saturação baixas. A médica suspeitou de reação medicamentosa e istrou soro para reverter os efeitos. Mesmo assim, Alice continuava com forte dor no peito e dificuldade para respirar. Submetida a uma tomografia, foi diagnosticada com pneumonia grave e sangramento pulmonar. Transferida à UTI, foi intubada, mas sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
O atestado de óbito, obtido pela reportagem, aponta como causas da morte: choque séptico, síndrome inflamatória, insuficiência respiratória aguda e infecção aguda da via aérea.
A Secretaria de Saúde foi procurada, mas informou que o caso está sob apuração interna e não emitiu nota oficial. O velório é realizado neste sábado (7), no Cemitério Parque das Flores, em São José dos Campos.
Comoção e relatos de outros pacientes
A tragédia mobilizou familiares, amigos e internautas, que inundaram as redes sociais com mensagens de revolta e denúncias semelhantes sobre o sistema de saúde pública da cidade. Com a hashtag #JustiçaPorAlice, diversos comentários criticam o despreparo de profissionais, a demora no atendimento e a falta de exames adequados.
“Negligência, falta de empatia e de profissionalismo é o que está acontecendo com esses médicos. Que isso não fique como só mais um caso”, desabafou Andreza Moreira.
“Tive os mesmos sintomas, fui três vezes ao UPA com dor no peito e não me deram raio-X”, escreveu Tati Kaíque, em comentário nas redes.
Outros usuários relataram experiências similares em unidades de saúde da cidade.
“Caso isolado n° 6568406. A saúde de SJC vai de mal a pior. Onde vamos parar?”, comentou Iury Silva.
“Presenciei o momento em que foi dada a notícia à mãe. Foi muito triste”, relatou Silvia Reis.
“Fui ao mesmo hospital com alergia severa. Só me salvaram porque um médico experiente me atendeu. Faltam profissionais preparados”, escreveu Maria Regina Batista.
A família de Alice deve formalizar nos próximos dias uma denúncia por negligência médica.