
Na última quinta-feira (5), a Hyundai Brasil, divulgou um levantamento em Piracicaba que revelou a riqueza da biodiversidade local, identificando 258 espécies distintas na microbacia do córrego Capim Fino, afluente do Rio Piracicaba. Contudo, há um problema: oito dessas espécies estão sob ameaça de extinção.
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A montadora, responsável pelo monitoramento da área circundante à sua fábrica desde antes de sua instalação em Piracicaba em 2012, focou nos chamados fragmentos florestais – áreas de vegetação natural isoladas por barreiras – e nas Áreas de Preservação Permanente (APPs).
As análises foram segmentadas em três grupos de animais vertebrados terrestres:
• Herpetofauna (anfíbios e répteis)
• Avifauna (aves)
• Mastofauna (mamíferos)
Animais em risco
O monitoramento ocorreu desde 2010, há quase 10 anos, nele foram catalogadas 258 espécies pertencentes aos três grupos. O estudo não só mapeou a presença animal, mas também forneceu insights valiosos sobre a organização da vegetação, os padrões alimentares dos animais e a resiliência do ecossistema frente a estímulos ambientais.
A maior parte das espécies identificadas pertence à avifauna, com 199 registros. A herpetofauna vem em seguida, com 34 espécies catalogadas – sendo 21 de anfíbios e 13 de répteis. Por fim, a mastofauna contabilizou 25 identificações, abrangendo mamíferos de pequeno, médio e grande porte.
Os oito animais em ameaça de extinção são:
• Pipira-preta (Turdus flavipes)
• Pula-pula-de-sobrancelha (Myiothlypis leucoblephara)
• Jacupemba (Penelope superciliaris)
• Tico-tico-de-máscara-negra (Arremon franciscanus)
• Suçuarana (Puma concolor)
• Gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi)
• Gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus)
• Tapeti (Sylvilagus brasiliensis)
Estratégias de observação
De acordo com a pesquisa, para compilar esses dados, os pesquisadores empregaram metodologias não invasivas que permitiram a observação dos animais em seu habitat natural. Essas técnicas incluíram o uso de armadilhas fotográficas, procura visual e auditiva em sítios reprodutivos, além de caminhadas e busca ativa.
A adaptação a diferentes hábitos animais foi crucial. As aves, por exemplo, eram monitoradas nas primeiras horas da manhã e no final da tarde, períodos de maior atividade vocal. Já os anfíbios e répteis, com seus hábitos noturnos, eram observados predominantemente nesse período. Para os mamíferos, as armadilhas fotográficas operavam 24 horas por dia, garantindo o registro de espécies diurnas, noturnas e crepusculares.