
A família de Samuel Gustavo de Andrade, desaparecido há mais de sete anos na capital paulista, foi surpreendida nesta quarta-feira (4) ao descobrir que o jovem foi enterrado como indigente poucos dias após sumir, sem que nenhum parente fosse informado.
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Samuel tinha 19 anos quando desapareceu em 9 de dezembro de 2017, após sair de casa no bairro do Grajaú, na zona sul, para ir a uma festa. Desde então, a família buscou incansavelmente por notícias, mas só agora, sete anos depois, soube do desfecho.
Segundo o irmão da vítima, Sandro de Andrade Júnior, a confirmação da identidade veio após exame de DNA realizado recentemente. O corpo havia sido encontrado uma semana após o desaparecimento, no Rio Pinheiros, e levado ao Instituto Médico Legal (IML) Oeste. Como não foi identificado na época, acabou enterrado como indigente no Cemitério Dom Bosco, em Perus, na zona norte.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) explicou que, na ocasião, o cadáver estava em avançado estado de decomposição, o que impediu a coleta de impressões digitais. O reconhecimento só foi possível após uma nova checagem em bancos de dados realizada em 2024. O laudo do IML apontou que Samuel morreu por asfixia mecânica decorrente de afogamento.
Em nota, a SSP informou que, com a confirmação da identidade, o caso foi encerrado oficialmente. A família, embora abalada, diz sentir algum alívio por finalmente ter uma resposta. “Apesar da tristeza que nos consome, também sentimos alívio. Que ele descanse em paz, e que a verdade seja um o para a justiça”, escreveu o irmão em uma rede social.
Tragédia familiar: casal perdeu três filhos
O drama de Sandro de Andrade e Maria, pais de Samuel, é marcado por outras perdas. O casal perdeu três dos quatro filhos. Em 1988, Sheila morreu poucas horas após nascer de forma prematura. Depois, Saulo, que parecia ser um novo recomeço, faleceu em 2013, aos 23 anos, por suicídio.
Saulo era professor de computação desde os 16 anos, tocava violão na igreja e era conhecido pela alegria. Contudo, convivia desde os 14 anos com diabetes e, pouco antes da morte, foi diagnosticado com glaucoma, doença que ameaça a visão. O pai lembra que o filho confidenciou a colegas o medo de perder a visão e a capacidade intelectual, o que pode ter contribuído para sua decisão.
Agora, após anos de incerteza sobre Samuel, a família tenta lidar com mais uma perda e busca entender as circunstâncias que levaram ao trágico desfecho.
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