ATITUDE

É impossível ser feliz sozinho?


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Depois de décadas de estudos sobre bem-estar, pesquisadores chegaram à conclusão de que o fator mais importante para uma vida feliz e saudável são os relacionamentos humanos.

Muito além de riqueza, fama ou conquistas profissionais, são os laços sociais - com parceiros, amigos, parentes e até desconhecidos - que mais influenciam na felicidade ao longo da vida.

E, ao contrário do que se pensava, a felicidade não é determinada apenas pela genética ou pelas circunstâncias, mas pode ser cultivada por meio de atitudes simples, como expressar gratidão, praticar gentileza e buscar conexões reais no dia a dia.

Essa é a principal descoberta do Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard, iniciado em 1938 e considerado a pesquisa mais longa da história sobre felicidade e saúde mental. Ao acompanhar centenas de pessoas por mais de oito décadas, os pesquisadores identificaram que aqueles com relações próximas e de qualidade viveram mais e relataram maior bem-estar geral.

A conclusão foi resumida pelo psiquiatra Robert Waldinger, atual diretor do estudo e divulgada pelo The New York Times: "Bons relacionamentos nos mantêm mais felizes e saudáveis. Ponto final".

A cientista Sonja Lyubomirsky, professora da Universidade da Califórnia e referência mundial na área da psicologia positiva, reforça esse ponto. Em seus experimentos, ela observou que atos simples como escrever cartas de gratidão ou ajudar um colega aumentam significativamente o bem-estar de quem os pratica.

"Todas essas intervenções funcionam porque aumentam a sensação de conexão com os outros", afirmou Lyubomirsky ao The New York Times.

Mesmo interações sociais breves, como conversar com um estranho no transporte público ou na fila do supermercado, podem melhorar o humor. Estudos conduzidos na Universidade de Chicago mostraram que as pessoas tendem a subestimar os benefícios dessas trocas, mas, na prática, elas promovem um aumento real de felicidade. O obstáculo maior, segundo os pesquisadores, está na relutância das pessoas em iniciar o contato. Outro estudo recente, liderado pela psicóloga Julia Rohrer, do Instituto Max Planck, demonstrou que pessoas que definem metas sociais - como ar mais tempo com amigos e familiares - apresentam maiores aumentos em satisfação com a vida do que aquelas com objetivos exclusivamente profissionais ou financeiros.

Ou seja, buscar conexões humanas não só faz bem, como também é uma escolha consciente e eficaz para viver melhor. A própria forma como nos comunicamos também influencia na qualidade dessas conexões. Lyubomirsky descobriu que interações por voz ou vídeo são muito mais eficazes para promover bem-estar.

Cuide das relações 

Cuidar das relações, entre amores, famílias e amigos, é um ponto precioso na jornada pelo bem viver. É preciso nutrir a tolerância, a humildade e vivenciar a potência dos encontros pela vida. Preservar os laços é cuidar da existência e aqueles que têm uma base sólida são e serão certamente os que mais prosperam.

As pessoas podem viver melhor se escolherem deixar para trás tudo que é 'velho'. Hoje em dia vemos uma mudança na visão das pessoas que estão envelhecendo. A pessoa se respeita e se permite, por se sentir mais madura e mais vivida. Há uma valorização desse momento 50 , 60 , 70 , onde há uma permissão para se escolher a melhor forma de se viver, cada um dentro da sua individualidade e da sua história de vida. É evidente que ao longo dos anos muitas relações se perdem e cultivar amigos pode ser algo mais difícil do que nos tempos mais joviais. Ao mesmo tempo, as relações amorosas entre dois amantes também se transformam. E nesse quesito, compreender tais mudanças é fundamental.

Sim, via de regra!

Geralmente viver com outras pessoas é considerado melhor devido aos benefícios sociais, emocionais e práticos que proporciona. A interação com diferentes pessoas, a troca de experiências e a possibilidade de apoio mútuo podem trazer mais alegria, bem-estar e segurança.

Como aprender a ser feliz só?

1. Pratique autocuidado: e a se observar mais, descreva os seus pensamentos, quais emoções eles suscitam, e como eles fazem com que você se comporte. Isso é essencial para que você se entenda, e para fazer as mudanças que julgar necessárias. Esta reflexão também é importante para o seu desenvolvimento pessoal.

2. Tenha hobbies: Quais são as coisas que você mais gosta de fazer? Pense em atividades que te trazem uma sensação de conforto e bem-estar. Em seguida, tente incluí-las em sua rotina. Envolver-se nessas atividades pode ser uma forma de recarregar a sua energia, e produzir emoções positivas.

3. Cultive vínculos significativos: No livro “Solo: Como ser feliz em uma vida inteiramente sua”, o cientista comportamental Peter McGraw oferece dicas para cultivar relacionamentos gratificantes, e criar uma rotina rica e agradável mesmo sem companhia alguma. Segundo o autor, os “Solos” são pessoas que optam por levar suas vidas de forma autêntica, proposital e apaixonada, fora dos limites dos rótulos de relacionamentos tradicionais. Eles se veem como pessoas completas.

4. Defina objetivos: Entendendo quais são seus interesses e aspirações mais genuínos, você pode concretizá-los, vivendo uma vida com propósito. Para isso, tente definir objetivos: O que você pretende realizar? O que te traz propósito? As respostas para estas questões variam de acordo com cada pessoa. Tente respondê-las de acordo com aquilo que você quer de verdade, e não com o que acha que é esperado de você.

5. Busque aprender coisas novas: Você pode adquirir novas habilidades, que têm o potencial de se tornar hobbies, trazendo sensações boas para a sua rotina. Por exemplo, aprender a cozinhar, pintar ou estudar um novo idioma. Durante o processo de aprendizado, você também pode conhecer novas pessoas, trocar conhecimentos, e criar vínculos significativos.

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